Qual o impacto da disciplina de educação tecnológica nos alunos?

Não tem como negar que a tecnologia impacta profundamente a nossa rotina e as nossas relações. A vida como conhecemos sequer existiria se todo o processo de evolução tecnológica não tivesse ocorrido ao longo da história.

E é justamente nessa percepção que reside o objeto de estudo da educação tecnológica. Como podemos perceber, a tecnologia é utilizada para mudar e moldar o ambiente natural em prol das demandas humanas, sejam elas desejos ou necessidades.

Considerando isso, o objeto de estudo da educação tecnológica é a compreensão da tecnologia no sentido mais amplo da palavra. Diz respeito também ao uso da tecnologia no dia a dia ou ao gerenciamento dela na nossa vida.

Educação tecnológica: entenda como aplicar esse campo de estudo nas escolas

Quando falamos em educação tecnológica, estamos nos referindo ao ensino de processos e conhecimentos relacionados aos elementos técnicos envolvidos nos sistemas que fazem as tecnologias funcionarem.

Isso significa que é um estudo onde se abarca elementos como:

  • Ensinar a desenvolver tecnologias;
  • Explicar o funcionamento dos sistemas que fazem as tecnologias funcionarem;
  • Ensinar sobre a utilização e as alterações das tecnologias conforme a necessidade.

Mais do que isso, trata-se de mostrar como nossa realidade social e o mundo físico são impactados graças à capacidade humana de moldar e mudar o mundo à sua volta.

Então, a adoção da educação tecnológica engloba todo o espectro da tecnologia, como, envolver, mas não se limita a áreas como:

  • TICs;
  • Mídias;
  • Robótica;
  • Inteligência Artificial;
  • Design;
  • Fabricação;
  • Resolução de problemas;
  • Sistemas tecnológicos;
  • Recursos e materiais;
  • Controles de processos;
  • Otimização;
  • Invenções.

Esses e outros tópicos, referentes à inovação humana, são os que entram na área de estudo da qual estamos falando.

Como adotar a educação tecnológica nas escolas

A educação tecnológica não é exatamente uma disciplina e sim um campo de estudo que pode ser inserido em qualquer matéria e assunto.

Para que ela seja inserida, é necessário o uso de diversas práticas pedagógicas.

Hoje em dia nós temos várias metodologias de ensino que contribuem para esse pensamento da educação tecnológica e para que esse conceito seja aplicado aos alunos ao longo da Educação Básica.

Veja algumas abordagens:

  • Steam: visando um melhor preparo da criança para o mercado de trabalho, a educação STEM propõe que a solução das atividades envolvam sempre as disciplinas Ciências, Tecnologias, Engenharia e Matemática.
  • Cultura Maker: esse modelo de ensino visa essencialmente aproximar a teoria da prática. Para isso, o conceito do ensino Marker é “aprender fazendo”. Dessa forma, além de aumentar o interesse dos estudantes, desperta a curiosidade, fator determinante quando a intenção é ensinar qualquer assunto, ainda mais se tratando de ensinar o funcionamento do sistema de algo.

Nesse processo, a Robótica Educacional pode ser de grande ajuda.

Robótica educacional: para além da ficção, o uso de robôs já é realidade. Não estamos falando de humanóides apresentados em filmes, mas sim de softwares como GPS, teclados de smartphones e as “SIRIs da vida”.

Ensinar robótica é basicamente, além de estimular a aprendizagem investigativa por meio da prática, ajudar no desenvolvimento de projetos que mostre os componentes desse o caminho para desenvolver.

Educação tecnológica nas diferentes etapas do ensino

Basicamente, a educação tecnológica se manifesta por meio das metodologias de ensino citadas acima e várias outras que seguem o mesmo conceito de adotar as tecnologias como auxiliar e potencializadora do processo de ensino.

Isso permite que não apenas os benefícios da tecnologia sejam utilizados para melhorar o aprendizado, mas também para garantir ao aluno a compreensão de várias ferramentas e recursos.

Essa ideia, inclusive, segue as diretrizes apresentadas na BNCC – Base Nacional Comum Curricular, em relação ao uso das tecnologias e seus objetivos. Segundo a base, documento que norteia os rumos da educação básica o educador deve trabalhar para ajudar o estudante a:

“Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.”

Esse conceito é a base para uma das 10 competências da BNCC, a competência Cultura Digital que é dividida em três eixos estruturantes: Programação ou Pensamento Computacional, Letramento Digital e Cultura Digital.

  • Programação ou Pensamento Computacional: graças ao processamento do programa o estudante consegue descrever suas ideias, observar os resultados gerados e refletir sobre o processo.
  • Letramento Digital: nesse eixo, o objeto de estudo do aluno é o entendimento do funcionamento dos dispositivos e suas tecnologias.
  • Cultura Digital: para além dos conhecimentos a respeito do funcionamento, é preciso saber usar a tecnologia com responsabilidade e critérios. E, é para isso que o eixo Cultura Digital foi criado.

Veja como isso se dá em diferentes fases do ensino.

Primeira etapa do ensino fundamental: associe a tecnologia ao lúdico

Nos primeiros anos, a aplicação da educação tecnológica no dia a dia se dá por meio do uso das tecnologias. O foco aqui ainda não é ensinar o funcionamento delas, apesar de que não há mal em já iniciar esse tema em algumas atividades.

De qualquer forma, isso se dá, principalmente, por meio de:

  • Jogos online;
  • Uso de aplicativos com propostas de atividades relacionadas ao tema;
  • Robótica educacional;
  • Uso de legos para ensinar conceitos básicos de tecnologias;
  • Projetos de científicos e tecnológicos que ajudem os pequenos a serem inseridos nesse universo de forma divertida e lúdica.
  • Na segunda fase do ensino fundamental, já é possível adotar as metodologias de ensino como robótica, STEAM, educação baseada em projetos ou em problemas.

Como resultado dos estudos tecnológicos nessa fase da educação básica, os discentes se tornam indivíduos alfabetizados nesse assunto.

Isso é algo fundamental no preparo deles para atuarem como agentes de transformação nos ambientes em que estão inseridos.

Além disso, ao entender como a tecnologia funciona e impacta a vida, aprendem também a pensar nela de forma crítica.

Segunda etapa do ensino fundamental: mão na massa e projetos em grupo

Logo, na segunda etapa do ensino fundamental, as práticas pedagógicas devem garantir que os alunos aprendam utilizar, gerenciar, analisar, avisar e entender essas tecnologias digitais.

Isso significa que o estudante precisa ao longo dessa fase, obter os seguintes conhecimentos:

  • Aprender a analisar as informações;
  • Entender quais delas são realmente verdadeiras, ainda mais em um momento onde temos um grande problema com Fake News;
  • Como avaliar e quais os métodos devem ser utilizados para avaliar as informações que chegam todos os dias;
  • Como utilizar as diversas fontes de informação, como banco de dados, jornais, revistas, redes sociais, blogs e outros.

Além disso, também é importante adotar práticas de ensino em que os alunos possam desenvolver projetos utilizando os conceitos científico e de engenharia para desenvolver trabalhos multidisciplinares.

Ensino médio e a educação tecnológica

Já nos últimos anos escolares é preciso consolidar os conhecimentos iniciados na etapa anterior e abordar temas relacionados aos vestibulares, ao mercado de trabalho e à vida como um todo.

De um modo geral, a adoção de tecnologias e métodos precisam ajudar os discentes no aprendizado e domínio de assuntos como:

  • Efeitos positivos e negativos da tecnologia na sociedade;
  • Como a sociedade impacta a tecnologia, pensamento inverso ao anterior;
  • Usinas nucleares;
  • Falta de energia;
  • O papel da tecnologia no aumento da produtividade;
  • Processos de desenvolvimento tecnologias, já que eles terão acesso a ferramentas que permitem não só a compreensão, mas também a criação;
  • O modo como a tecnologia avança;
  • Influência da tecnologia no meio ambiente;
  • O papel da tecnologia na resolução de problemas;
  • Pesquisa e desenvolvimento;
  • Invenção e inovação;
  • Variedade de mídia e formatos para comunicar-se;
  • Como usar tecnologia para localizar informações;
  • O relação entre tecnologias e saúde;
  • Biotecnologias;
  • Tecnologias agrícolas e outros.

Educação tecnológica: com o pé no presente e o olhar no futuro

Em cada etapa do processo educacional, considerando as especificidades da idade, o educador deve trabalhar para inserir os alunos no universo tecnológico em seu em seu sentido mais amplo.

É preciso que todos os espectros desse campo sejam trabalhados ao longo da educação básica. Dessa forma não há dúvidas de que os estudantes sairão da escola mais preparados para os aspectos diversos da vida em sociedade, inclusive no que se refere a continuação de estudos e entrada no mercado de trabalho.