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Cultura Maker na Educação
Cultura Maker é um conceito que parte da ideia de que todos devem ser capazes de criar, modificar ou consertar objetos de diferentes tipos e funções.
A ideia base na Cultura Maker é incentivar as pessoas a criarem seus próprios objetos, sejam eles móveis, esculturas ou eletrônicos.
O conceito não surge no setor educacional, mas caiu no gosto dos educadores uma vez que vai de encontro com a proposta de muitas das novas metodologias implementadas ultimamente, as metodologias ativas.
Então, quando falamos de “Maker” na Educação, não estamos falando de um método, mas de utilizá-lo como critério na hora de escolher as metodologias e práticas pedagógicas.
Pense as metodologias a partir do conceito Maker
Dentre as metodologias ativas mais discutidas na Educação temos o STEAM, a Robótica e o Aprendizado baseado em Projetos, mas existem várias outras. Em todas elas temos algo em comum, o estudante assume um papel mais ativo, passa a ter maior autonomia em seu processo de ensino-aprendizagem.
Tais metodologias propõem o desenvolvimento de projetos que podem ou não envolver o uso de tecnologias digitais, mas sempre vão envolver o “Maker”.
Termos como “Faça Você Mesmo”, “Colocar a Mão na Massa” e” Aprender Fazendo”, definem bem o conceito ” Maker”, que traduzido do inglês fica “Fazedor” ou “Criador”.
E é exatamente aqui que Cultura Maker e Metodologias Ativas se assemelham. O aluno se torna um fazedor, um criador, e em função dessa autonomia o aprendizado é potencializado, já que praticar a teoria amplia a retenção do conhecimento.
Nesse contexto, metodologias ativas como STEAM ganham destaque já que são representantes fiéis do pensamento Maker, o de tornar a o “Fazer”, etapa obrigatória nos processos de ensino-aprendizagem.
Cultura Maker: uma abordagem, não um método
Cultura Maker é uma abordagem utilizada em diversos ambientes que parte da ideia de que todas as pessoas são capazes de desenvolver, alterar e customizar um objeto.
Essa cultura foi muito impulsionada pelo surgimento de novas tecnologias que permitem que com algum conhecimento técnico e as ferramentas adequadas você consiga desenvolver, de fato, inúmeros projetos, soluções e objetos.
Um exemplo disso é a impressora 3D que oferece a possibilidade do “Maker”, desenvolver sua tipagem e executar o objeto desejado. A impressora 3D é apenas uma das ferramentas. Nesse processo temos vários outros recursos que compõem o chamado laboratório Maker, como máquinas de corte à laser, kits de robótica e o próprio advento da internet.
E aqui temos um elemento muito importante da Cultura Maker na Educação. Apesar do conceito ter nascido no meio tecnológico, quando adaptado ao ensino não traz consigo a obrigatoriedade de estar envolvido apenas em processos que envolvam tecnologias.
Para ensinar robótica, por exemplo, é possível utilizar material reciclado, sucata, para exemplificar a disciplina, como mostra a professora Railane, no Instagram.
O mesmo ocorre com a Aprendizagem Baseada em Projetos. Quando associado ao STEAM provavelmente haverá sim a presença de tecnologias. Mas um projeto não necessariamente precisa envolver tecnologia.
Perceba que o elemento crucial aqui é colocar a mão na massa, já que a ideia chave da Cultura Maker na Educação é utilizar a mão na massa para que os estudantes possam aprender fazendo e, dessa forma, além de potencializar a aquisição de conhecimentos, ainda o torna membro ativo da própria aprendizagem.
Porém, mesmo que a Cultura Maker não traga consigo a obrigatoriedade de ser aplicada em um ambiente tecnológico, os pilares dela devem se manter os mesmos para que seu conceito seja de fato incorporado corretamente.
Esses pilares são, principalmente, colaboração e compartilhamento.
Alguns pilares da Cultura Maker que precisam ser mantidos em qualquer contexto
Laboratório Maker é o local onde esses projetos são executados. Nele, mais do que as ferramentas, que no contexto escolar não necessariamente envolve tecnologias de última geração, até mesmo com materiais recicláveis é possível construir um desses na escola, é preciso alguns pilares comportamentais.
Esse laboratório Maker deve ser construído sempre pensando em ter um ambiente de colaboração, compartilhamento de ideias, autonomia e recursos para que a aprendizagem a partir do mão na massa realmente ocorra.
Tudo o que for ensinado na teoria deve ser transformado em projetos Makers futuros. Durante muito tempo a educação ela esteve muito pautada na teoria, claro que tinham algumas tentativas de trazer a prática dessa teoria, mas com recursos limitados, havia também um número de práticas pedagógicas ativas igualmente limitadas.
Hoje com a quantidade de tecnologias disponíveis, você tem muito mais opções de metodologias, como STEAM, Robótica, Aprendizado baseado em projetos e/ou problemas.
Então, quando utilizada dentro da educação, a Cultura Maker não se refere a uma metodologia de ensino, mas a uma abordagem que vai guiar todas as escolhas pedagógicas, todas as metodologias utilizadas no ambiente escolar.
Qual o objetivo da Cultura Maker e como utilizá-la na Educação?
A Cultura Maker na Educação é um conceito que deve ser tão intrínseco ao ambiente escolar que vai naturalmente direcionar todas as decisões envolvendo os processos de ensino-aprendizagem dos alunos.
Essa mentalidade de Cultura Maker vai naturalmente levar as metodologias de ensino ativas que citamos acima. Isso porque, mais do que pautadas na prática, permitindo que os estudantes aprendam fazendo, trata-se de métodos que demandam deles a necessidade de misturar os conhecimentos de várias disciplinas.
Perceba que a Cultura Maker na Educação vai além da aprendizagem pela prática, ela traz também um fato importante de interdisciplinaridade. Trata-se de uma abordagem que considera muito mais do que o repasse de conhecimentos acumulado ao longo da história. Ela ajuda no preparo para a vida prática, seja ela no âmbito profissional ou pessoal.
Aqui temos três pontos importantes quando adotamos a Cultura Maker na Educação: o aprendizado pela prática; o desenvolvimento de habilidades importantes e a interdisciplinaridade que é necessária para sermos capazes de resolver questões da vida.
E isso é feito por meio de projetos que envolvem conceitos de várias matérias. Assim como ocorre no dia a dia das pessoas, o projeto, que pode ser um debate, um trabalho de Ciências ou um jogo, precisa incluir uma série de ações que vai demandar dos alunos os três pontos mencionados acima.
Não é à toa que a Cultura Maker está muito associada à Educação Empreendedora. Afinal, esse pensamento e comportamento Maker está muito associado ao que o mercado de trabalho busca dos profissionais atualmente. Mas, lembre-se, tais habilidades são fundamentais em qualquer aspecto da sua vida.
É por isso que, quando falamos da construção de um ambiente Maker, que é materializado pelo Laboratório, é fundamental pensar não apenas nas ferramentas. Num mundo em constante mudanças, ferramentas surgem e somem a todo momento.
É preciso ir além e desenvolver nos estudantes autonomia, colaboração e compartilhamento de ideias.
Maker e Educação: Qual a importância da Cultura Maker nas escolas?
Pesquisas sugerem que o aprendizado é melhor consolidado quando o ensino ocorre a partir da combinação entre teoria e atividades práticas. Na prática escolar isso significa que não basta o professor apenas apresentar o conteúdo e solicitar alguns exercícios e resumos.
Para que um conhecimento se forme é necessário que o estudante seja incentivado a desenvolver projetos que para serem executados e concluídos se faça necessário a aplicação dos conceitos do tema aprendido. Mais do que isso, os conceitos dos temas de uma disciplina e até de outras devem ser misturados e combinados em prol de um problema.
Não há nenhum mistério nisso se pararmos para pensar na vida prática. Cada problema que precisamos solucionar demanda de nós a combinação de uma série de conhecimentos e habilidades.
Diferente do que acontece nas escolas, o conhecimento utilizado diariamente não é dividido em disciplinas, em caixinhas específicas. A vida demanda de nós o uso de muitos conhecimentos de uma única vez. E verdade seja dita, quanto mais informações, conhecimentos e habilidades tivermos, mais eficazes seremos em todos os aspectos de vossas vidas.