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A importância de aprender brincando e de continuar brincando, mesmo quando adulto!
Quando pensamos na infância, somos transportados diretamente para os tempos dourados em que a única “preocupação” era pensar sobre o que iríamos brincar hoje. Não por acaso, brincadeira é palavra-chave no início da vida: as experiências vividas na infância estabelecem a base do desenvolvimento.
Brincar é uma atividade natural, espontânea e fundamental, mas para as crianças, não é apenas uma questão de diversão. Ao mesmo tempo em que o lúdico abre portas para o universo da imaginação, ele também estabelece uma conexão com o mundo real, especialmente na infância.
São nas brincadeiras que os pequenos têm a oportunidade de descobrir quem são e o mundo ao seu redor – começamos, então, a entender as engrenagens que mantém o mundo girando, como elas funcionam no dia a dia e como as relações são desenvolvidas a partir disso. Mas brincar é muito mais do que imitar a vida, mas transformá-la.
A magia de brincar
Na primeira etapa da educação básica, as brincadeiras auxiliam no descobrimento dos sentimentos, valores e costumes, enquanto possibilitam o desenvolvimento da autonomia, identidade e interação com o mundo. Mas não caia na tentação de acreditar que, para isso acontecer, é preciso de muitos estímulos ou brinquedos elaborados e tecnológicos.
Quantas vezes já não vimos uma criança ficar fascinada com a embalagem do presente ou o controle remoto? As crianças têm o poder de transformar qualquer coisa em brincadeira! A interação com o mundo não depende da natureza do objeto, mas do que a criança atribui a ele em sua imaginação. Para isso acontecer, é importante abrir espaço para a observação e exploração do mundo ao redor, criando momento mágicos.
Brincar é preciso
Brincar é sinônimo de construção, aprendizado e desenvolvimento – e é tão importante que líderes internacionais assumiram um compromisso perante as crianças de todo o mundo, assegurando as brincadeiras como um direito que deve ser reconhecido, respeitado e amplamente promovido.
A Unicef considera que a primeira infância é uma janela de oportunidades, tanto para a saúde, quanto para o aprendizado e bem-estar socioemocional. A Declaração dos Direitos das Crianças (1959) foi a primeira a levantar esse debate, que foi fortalecido e ampliado pela Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Infância (1989), atribuindo que o período da infância (até os 18 anos), é especial e merece proteção.
E na escola, como isso acontece? A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) define os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento, além de reforçar a necessidade de experiências que promovam esses objetivos conforme a faixa etária. Em paralelo, as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, por exemplo, estabelecem que as brincadeiras e interações devem ser os eixos norteadores no dia a dia das crianças.
Leia também: Cultura digital – importância e implementação na educação básica
O professor como o guardião do brincar
Ser um educador a favor do lúdico exige incorporar a criatividade, a alegria e o entusiasmo como parte da rotina – e isso vai muito além da primeira infância. Na educação infantil, o papel do professor é mediar as relações entre os estudantes e o mundo, atuando como um facilitador das experiências.
Isso significa permitir certa independência: ao ser livre para se expressar, a criança é arquiteta do seu ambiente, o que desenvolve a autonomia e a confiança. Nesse momento, os professores podem contribuir com a criação deixando à disposição materiais diversos, selecionando e apresentando objetos e estimulando a interação com outras crianças.
Vale ficar atento, tanto os educadores quanto os pais, que nos momentos lúdicos é possível aprender mais sobre os pequenos do que se imagina: conhecimentos, sentimentos e reações diante desafios, que muitas vezes não são verbalizados, podem ser identificados por meio de atividades divertidas.
Aprender brincando
Brincar é uma atividade completa para o desenvolvimento, englobando os âmbitos afetivos, sociais, cognitivos, culturais, emocionais e físicos. É por meio das brincadeiras, também, que as crianças aprendem a aprender, com habilidades e competências que serão fundamentais não apenas no presente, mas para quando forem maiores.
Confira cinco benefícios das brincadeiras:
- Contribui com o entendimento sobre o mundo: aprendizado sobre as relações sociais, costumes, cultura e realidade ao seu redor, ao mesmo tempo que permite explorar novos conceitos e reinventá-los na prática.
- Estimula a criação de imaginário: contribui para enriquecer o universo com vivências lúdicas em que a criatividade não tem limites, auxiliando na apropriação de si mesmo, do espaço e da sua relação com o outro.
- Melhora o comportamento: brincadeiras têm regras que promovem o desenvolvimento da postura correta, compreensão do progresso, entendimento e limite das relações com o outro, paciência, respeito e reflexão sobre atitudes.
- Promove a saúde física e mental: proporciona um momento de alívio ao conteúdo escolar e atividades externas, gerando concentração, gastando a energia acumulada e mantendo distante do uso exagerado de telas.
- Desenvolve o socioemocional: aprimora o autoconhecimento, a empatia, a autonomia e o gerenciamento de emoções, ao mesmo tempo que estimula a expressão, o convívio social e o fortalecimento de vínculos.
Quer dicas de brincadeiras? Leia aqui: Como estimular as crianças durante as férias
Se brincar é tão importante, por que paramos?
Deixamos de brincar quando as brincadeiras passam a ser de verdade: quando crescemos, o faz de conta da escolinha se transforma em ir para a escola de verdade. De repente, fazer parte do “mundo dos grandes” parece significar, necessariamente, dar as costas para a magia da infância, em que somos bombardeados com expressões como “deixa de brincadeira” ou “aqui não é lugar para brincar”.
Com a tendência em deixar de lado a criatividade e a imaginação, focando muito mais no lógico e racional, a brincadeira passa a ser sinônimo de perda de tempo, como se não fizesse parte do mundo real. Mas isso está longe de ser verdade: o lúdico não é imaturo, é permitido e até esperado que os adultos brinquem sozinhos, com crianças e até com outros adultos, porém, como fazer isso na prática?
Na correria da rotina, encontrar um tempo para brincar pode ser um desafio, mas a vantagem do mundo adulto é que as possibilidades se ampliam: brincar passa a ser toda atividade na qual o objetivo é criar diversão, ser sociável ou promover um ambiente mais leve. Ou seja, é uma atividade que pode fazer parte de qualquer momento, seja em família ou no local de trabalho.
Leia também: O que os adultos podem aprender com as crianças sobre criatividade
Voltando a brincar
Para o psiquiatra e investigador norte-americano Stuart Brown, brincar é parte fundamental da nossa vida – e ele leva essa premissa tão a sério que fundou o The National Institute for Play nos Estado Unidos, a fim de resgatar a importância da brincadeira e incorporá-la no dia a dia.
“Brincar é algo que está conosco há milhares de anos, é uma herança ancestral que se espera ser incorporada desde a infância. Fomos biologicamente projetados para brincar e é por isso que a brincadeira precisa fazer parte da nossa cultura”.
– Stuart Brown para a Revista Crescer (2015)
Para redescobrir a brincadeira, mudar o olhar sobre ela é fundamental. Mais do que se permitir brincar, é importante abraçar os momentos lúdicos quando a oportunidade surgir, além de continuar buscando por ela. Brincar pode ser explorar um novo hobbie ou praticar atividade física, mas também pode ser uma maneira de encarar a vida com mais alegria, tranquilidade, imaginação e criatividade!
Precisando de uma ajudinha para começar? Confira os benefícios de continuar brincando, mesmo quando adulto:
- Mais leveza: levar a vida com mais alegria, buscando uma mentalidade positiva e otimista, alivia o peso dos compromissos e ajuda a encarar os problemas sob outra perspectiva – com mais criatividade, inclusive!
- Melhora a saúde: estimula a sensação de bem-estar, alivia a dor e os efeitos do estresse da rotina, além de promover a função cerebral e poder ajudar a prevenir problemas de memória e depressão.
- Qualidade dos relacionamentos: ser uma pessoa brincalhona ajuda a quebrar o gelo, se aproximar dos outros e ter relacionamentos mais saudáveis, sejam eles entre amigos, familiares, colegas de trabalho e parceiros românticos.
- Bem-estar emocional: as brincadeiras auxiliam no cuidado com as emoções, aprendizagem e resolução de problemas, ao mesmo tempo em que podem substituir comportamentos negativos por atitudes mais positivas.
- Experimentar sem medo: são uma maneira menos assustadora de experimentar situações do mundo, sendo interessantes para explorar novas possibilidades, manter a motivação e aumentar o entusiasmo.
Aprender fazendo para transformar o mundo
Aprender brincando com projetos mão na massa faz parte do DNA da ZOOM. Desde a Educação Infantil ao Ensino Médio, nossas soluções em educação tecnológica buscam o desenvolvimento integral dos estudantes, com metodologias ativas que unem abordagem STEAM, cultura maker e aprendizagem baseada em projetos – tanto no período curricular, quanto no complementar.
Nós acreditamos que a aprendizagem pode e deve ser mais estimulante para aguçar a curiosidade das crianças e jovens, afinal, são eles os agentes transformadores do mundo! E que amanhã melhor senão repleto de brincadeiras, imaginação e criatividade?